sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Eita eleiçãozinha viu...

A eleição de 2010 tem tudo para ficar na história, o stand-up comedy político do Plínio de Arruda, a surpresa dos quase 20 milhões de votos de Marina Silva, as plásticas de Dilma, a possível primeira mulher Presidenta do Brasil, a transferência de votos do atual presidente para sua escolhida sucessora, os ataques ao adversário, mais intensos agora no segundo turno, o show Politicamente Incorreto de Danilo Gentili, twitter, Weslian, Sarney (inaugura o mausoléu logo, homi!) e tantos outros episódios que marcarão nossas tão querida eleições democráticas, invejadas no mundo no que tange às urnas eletrônicas, mas que envergonham a nação quanto aos candidatos. Ou não. Explico.

Ao adotarmos o Estado Social e Democrático de Direito (Estado = poder; Social= Estado que prioriza a bem comum social, saúde, educação, etc.; Democrático = forma de gestão participativa do Estado, fundamentada na liberdade, onde podemos votar e ser votado; de Direito = temos uma “lei maior”, um Direito que diz “como” é nosso Estado, no nosso caso, a Constituição Federal, lei máxima do nosso país), sabemos que, como garantido por lei, TODOS, tem o direito de se candidatar à cargos políticos, desde que atenda requisitos como idade, saber ler e escrever e, agora, 'passar' pela Lei Ficha Limpa.

Assim, ao nos intitularmos “democráticos”, temos que aceitar que o Doutor e o Zé se candidatem. Temos que aceitar que operários disputem cargos. Que humoristas, palhaços, artistas, jogadores de futebol, mulheres fruta e que toda uma sorte diversificada de pessoas participem dos processos de eleições. Antes de tudo eles são cidadãos e tem o direito de disputar uma eleição.

Por este pensamento, entendemos então, que a política é algo inerente à todos ao mesmo tempo em que cremos que a política é uma “arte”. O candidato não precisa se preparar para um cargo político, todos são capazes de exercer a tal política, basta ser eleito. Como se a “política” e o “bem comum”, não comportasse nenhum segredo. U-T-O-P-I-A. Política é ciência, precisamos entendê-la para vivê-la.

Por outro lado, diante desses argumentos, qualquer pessoas que disponha de fama ou falta de bom senso, se candidata. Ainda mais ao observar que o atual quadro político brasileiro, está repleto de crimes de colarinho branco, “peculato”, e políticos rindo da nossa cara. Que mal faz o Tiririca se candidatar? Brasília já virou um circo faz tempo! Como diz o Macaco Simão, em Brasília, se cercar vira zoológico, se por lona vira circo, se por luz vermelha vira puteiro e se der descarga não sobra nada. Que desastre pode causar o Tiririca? Brasília com ou sem ele já não é catastrófica? Ele tem razão ao professar que pior do que está não fica. Razão, não bom senso. Apenas ele não é problema. A coisa complica, quando junto com ele, que só disputa eleição para 'puxar votos para legenda', vai outros picaretas. Daí meu caro, minha cara, não estamos falando de política. Falamos de politicagem.

Agora todos se espantam com os expressivos votos de Tiririca, que se brincar, não sabe nem ler o número da quantidade de eleitores que o escolheram.

A culpa não é dele (ou é). Ele está sendo (ou permitindo ser) usado.

Ele tem o direito de ser votado. Mas é nós quem lhe atribuímos o voto. Não é ele o maior responsável por sua eleição à cargo tão distinto na nossa democracia. Até porque, Tiririca lá sabe o que é responsabilidade? De certo que não, não sabe nem o que o Deputado faz.... O número de responsáveis é bem maior. Culpo os 1.353.820 cidadãos que votaram nele. É a população quem deve ficar atenta em quem vota, todos podem se candidatar, mas nem todos merecem nosso voto. E não é por ser um humorista, um cantor, ou um operário. Se houver legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade suficientes para que o candidato esteja à altura de suas obrigação para com a pátria, eu mesma faço questão de votar.

Mas, não. Estamos diante de um candidato que apesar de ter cativado o riso do povo, não cativou sua essência cidadã e política.

Isso é suficiente para despertar minha indignação. Mas fazer o que? Tenho feito minha parte e auxiliado outros a também fazerem a sua, só assim construímos uma sociedade. Mas, nesse sentido, fui voto vencido! Terei como legislador por quatro anos, pessoa incompetente de discutir a origem do próprio partido. Ócios da democracia. Enganei-me. Não é a democracia, fundamentada na liberdade. São as atitudes do povo que não se refreiam diante de coisas óbvias. A democracia está fundamentada na areia. Um grande castelo de areia. Que permite paritariamente que o bobo da corte se candidate, e uma realeza o aclame. Tiririca que o diga! Ô eleiçãozinha viu, tsic, tsic, tsic, tsic.... Viva a vontade deturpada e usurpada do povo!

"Ou ficar a Pátria livre ou FUDER com o Brasil..."

Um comentário:

  1. Hahaha... adorei teu texto.
    Muito bom, sério!
    Apesar de ser a moderadora, acabei escrevendo o meu também, não consegui resistir. Adoro falar disso *-*

    Beijos

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